Sobre a riqueza e seu bom uso.

Irmãos,

Que a Luz divina seja vosso farol e vosso guia em todos os momentos da vossa existência.

Quantas lágrimas de sangue derramadas sobre a Humanidade pelo apego à matéria, pelo culto da riqueza, pela veneração que os Homens demonstram às manifestações ostensivas de riqueza. O dinheiro, e tudo o que ele pode comprar, é o leit motiv da Humanidade; é o impulsionador da criatividade, da imaginação, do progresso, da ciência, da evolução, mas também das maiores misérias, tragédias, abusos que se podem imaginar.

Hoje, o Homem acredita que tudo tem um preço e que tudo se pode comprar; e não nos estamos a referir apenas a casas, carros, roupas e outros utensílios. Alguns Homens, de facto, acreditam que o dinheiro pode comprar o afeto, o bem-estar, a felicidade e até a Fé. Quanto erro. Esses bens tao preciosos, que são os bens da alma, devem ser conquistados, trabalhados, merecidos. Esses bens são os que um dia darão à Humanidade esse estatuto que tanto ambiciona e que pensa conquistar dessa forma tão errada. Mas é importante esclarecer que a riqueza não é símbolo absoluto de negatividade e de males. Ela, em si mesma, não é negativa; ela só se transforma em algo negativo pelo mau uso que o Homem dela faz. Se o Homem for capaz de a utilizar em proveito do Bem, a riqueza passa então a ser motor de progresso, de evolução íntima; passa a ser a alavanca da igualdade, do exercício da caridade pura; passa a ser aquilo pelo qual foi criada e existe. Ela passará então a ter uma outra definição; não será mais vista como algo destruidor, mas sim como algo capaz de contribuir e ajudar à construção de um mundo novo, de uma nova era para a Humanidade.

Infelizmente, ainda são muitos os Homens da Terra que não conseguem perceber o alcance dessas palavras e a potencialidade moral do bom uso da riqueza e do desprendimento material. Infelizmente, aqueles que a esse desprendimento se propõem passam a ser alvo de críticas, de risos, de escárnio; são apelidados de loucos; são apontados por alguns como sendo irracionais e até inconscientes ou irresponsáveis por tirarem aos seus descendentes, e a quem os rodeiam, a oportunidade de usufruir, na Terra, de uma vida rica. Mas todos os que emitem essas críticas estão longe de imaginar que aqueles que, de facto, conhecerão o verdadeiro sentido da palavra riqueza serão aqueles que forem capazes de alterar o seu paradigma e forem capazes de fazer bom uso da sua riqueza. Não significa isso desprender-se do essencial à sobrevivência, mas sim utilizar de forma coerente e racional os recursos que permitirão a outros poder também desfrutar do essencial.

Todos os males do planete desaparecerão o dia que todos os Homens terão o que comer e não terão de roubar para o fazer; o dia em que todas as crianças terão direito

à educação e a uma identidade e não serão vítimas de abuso de poder; o dia em que todos terão um teto digno para o abrigo e não terão de depender das intempéries e da caridade para sobreviver. Porque existe algo denominado dignidade e, se a riqueza de uns permitir proporcionar essa dignidade a outros seres humanos, então os desígnios de Deus serão cumpridos.

Proporcionai a todos quantos vos rodeiam essa oportunidade, não apenas de sobrevivência, mas de existência digna, com exemplo de caridade ativa que não se limita a dar esmola. É a caridade que permite alimentar o corpo de quem tem fome, mas também o espírito de quem está perdido; a caridade que é o remédio do corpo, do organismo para erradicar a dor física, mas também que é o remédio do espírito para lhe dar a solução aos seus males espirituais; a caridade que é educação, não só com livros, escolas e materiais escolares, mas também a caridade que é educação do espírito para ensinar os caminhos de Deus, da Fé e de uma vida de Bem, que se ensina desde o berço.

Esse é o bom uso da riqueza, seja ela material ou espiritual. Reparti, doai, dai, o que de melhor tendes; guardai e assegurai a vossa própria subsistência, mas dai a quem mais precisa o que a vós vos sobra: dinheiro, ou amor, Fé ou conhecimento. E o que recebereis de volta não terá preço. E essa será a vossa maior riqueza.

Venade, 05 de julho de 2018.

BR, por Um Espírito Amigo