Introdução.
Não é raro encontrar pessoas cujo estado nos parece intrigrante ou pelo menos estranho. Tal estado nem sempre é consciente para quem nele se encontra. Para muitas é um estado com situações que afloram, mas para a qual não têm resposta. Para outras aparece através de idéias, visões, palavras que ouvem, mas sem saberem de onde vêm nem por quem são expressas, e daí o receio e até o medo que se instala nelas. Infelizmente, uma série dessas pessoas até pensam que não estão em estado sadio, mas em desacerto psicológico.
Dentro deste quadro em que se manifesta a mediunidade, da qual todos sômos portadores, porque é uma faculdade humana, cujo estado se encontra mais ou menos evoluído, há pessoas com esta faculdade, mas que não querem, desenvolvê-la. Falta-lhes informação, conhecimento e daí a insegurança em que se encontram. Mas fora de crendices, dogmas e explicações erradas, existem explicações sérias, estudadas e simples, cujo fundamento permitem assumí-la e desenvolvê-la. Para isso é necessário estudar a sua natureza e os seus mecanismos.
A mediunidade é uma faculdade intrinsicamente ligada ao Espírito. Quando suficientemente desenvolvida e equilibrada traz grandes benefícios à pessoa, e para quantos a rodeiam.
Sinais de mediunidade.
Os sinais de mediunidade consistem numa mais ou menos importante sensibilidade e acuidade para as coisas ou fenômenos extra-físicos, psíquicos, espirituais. Daí entendemos que ela é a capacidade de nossa Alma, para penetrar, captar, fluidos de natureza extra-física. Sentir, ouvir, ver e absorver, parte ou todos os fenômenos que os nossos sentidos presenciam e captam.
Intuição leve.
Sente-se que devemos ou não fazer algo. Uma vez aceite tal postura, verificamos que a intuição estava certa. Aquele sentimento, algo insistente, que se desencadeou e nos aflorou, como se a nossa mente deva ou não fazer o que lhe aparece mnemonicamente.
Sônhos e revelações.
Em muitas situações, mas mais particularmente quando dormimos, temos sônhos, indicadores de situações, caminhos a seguir, conversas com alguém, conhecido ou não, ou encontros apavorados e muitíssimas outras situações, que nos indicam estados de espirito, situações para as quais procuramos soluções e as quais deverão ser levadas em conta. Mas, nem sempre o quadros dos nossos « sônhos » ou seja a vivência do Espirito humano durante o sôno, nos aparecem claras ou são todas lembradas e por inteiro.
E nesta situação nocturna do sôno, que grande numero de Espíritos, arraigados a vícios e obsessores, altamente treinados, possam tentar influenciar-nos, hipnotizar-nos. Esta é a razão de muitos dos nossos mal humores e até de alguma violência que se manifesta logo ao acordarmos. Esses Espíritos espreitam-nos, estudam-nos e procuram influenciarmos, geralmente essa influência chama-se obsessão.
Relação com o sentimento de outrem.
As dôres, os sofrimentos, dos outros, de perto ou de longe, não deixam de nos influenciar, de nos tocar a sensibilidade e mesmo de mexer os nossos sentimentos. Nesta situação se revela a compaixão ou o afeto dos quais sômos portadores. A indiferença não é um estado sadio, nem serve para o nosso progresso, moral ou espiritual, ou disposição de sociabilidade.
Perfumes e arômas.
Não é raro sentirmos aromas e perfumes que nem todas as pessoas sentem. Estes são produto refinado, para além da materialidade e dos sentidos físicos. Na realidade são o produto de presenças espirituais, muito naturais, que assinalam a sua existência. Por vêzes são persistentes e não desaparecem rapidamente, outras são apenas leves pinceladas, suspensões de curta duração.
Clareza e afirmação.
Acontece falarmos de assuntos que não estudamos, mas dêles dissertamos como se fôssem matéria que estudamos ou conhecemos. Dai uma certa à vontade ou competência com que tratamos, perante os outros, tais assuntos. A mediunidade encontra respostas que pairam no ambiente e dai esse à vontade que exprimimos.
Fenômeno de coincidências.
Existem uma série de coisas coincidenciais, que nem toda a gente as apercebe, no entanto o portador(a) de mediunidade capta as ondas que atravessam o espaço, mais ou menos extenso, em que se encontra o médium, cuja causa pode ser longínqua ou provir de mentes espirituais que nos cercam e as transmitem.
Amigo de ajudar.
Na generalidade a pessoa que ajuda, escuta, aconselha e sustenta, dando ânimo e permitindo aos mais frágeis de vencer os desaires e as perturbações que as espicaçam e envolvem, essa pessoa pode ser médium e pôr a mediunidade a serviço dos outros.
Perdão e amor.
Diz-se ser natural que nos perdoemos uns aos outros, e que esta disposição é a primeira para que se possa amar o próximo. Concordamos e adiantamos que isso deve ser a regra de conduta de todo e qualquer médium que observa a ética espirita, tanto na mediunidade de que é portador(a), quanto nas suas relações sociais. Aquêle que não perdoa sujeita-se a viver sofrimento e a provocar nê-le(a) próprio, feridas moras e psíquicas que acabarão por transmitir-se ao corpo e dai o surgimento de um grande numero de doenças.
Pessoas e ambientes pesados.
Não é raro que quando estamos junto de alguém ou em determinado sítio, sintamos essa pessoa ou ambiente carregados e não raro nos sentimos alterados. Os presentes desenvolvem energias em concomitância com o teor fluídico que lhes é proprio, dai o carregar do ambiente, sítio, lugar ou sala, aonde se encontram juntos. Ora se essas energias assim devolvidas ao espaço são positivas o ambiente que ali se forma também lhe correspondera.
Caso contrário, se são negativas também disso somos informados pela sensibilidade e muitas vêzes esse estado manifesta-se pelo bocejo, mas não só. Lágrimas, alegria, tristeza, entusiasmo, são ainda outros sintomas pelos quais nos apercebemos desses ambientes diversos e variados.
Hábitos e mudanças.
As principais mudanças necessárias, são os hábitos, certas tradições e costumes. O próprio do Homem é a mudança. Estas podem ser qualificadas de mudanças morais e espirituais. O espiritismo ensina que: « Nascer, Viver, Morrer, Renascer e Progredir Sempre, Tal é a Lei! ». Com estas mudanças outras também as devem acompanhar: melhora das condições de alimentação, cuidados com o corpo fisico e o mental, afastamento de ambientes e produtos tóxicos, vícios do álcool, tabaco, drogas, desregramentos mundanos, devem ser excluídos da nossa existência e mais particularmente se se é médium.
Uma outra situação é aquela que nos influencia. Certas amizades podem ser nocivas, daí a necessidade de nos afastarmos, antes de sermos contaminados por tais pessoas a persuasão e o magnetismo que delas sobressai.
Reflexão e prece.
Nestas situações, equívocas, influenciadoras e contaminantes, a melhor das atitudes será de refletir, sobre tudo e sobre as pessoas com quem lidamos. Sobre as idéias e pensamentos em que nos alimentamos, dai o melhor das protecções, residem na prece e no afastamento de tais ambientes e pessoas. Não só serão afastadas tais pessoas, mas ainda os Espíritos que as acompanham e que tentam dominar-nos.