Para cada pergunta a sua resposta.* Embora vivam connosco, debaixo do mesmo telhado, nossos folhos não são noss propriedade. Abrigamo-los, mas não nos pertencem, são eles proprios.
Ha alguns dias tivemos o prazer de ter nas mãos e lêmos o livro « Nossos filhos são Espiritos », cuja apresentação é a seguinte : « E verdade que nos sômos pré-existentes ? Por outras palavras, sera possivel termos vivido antes e sera possivel ja termos conhecido nossos pais, nossos irmãos e nossos amigos, noutras existências ? Mas, nesse caso, a morte não é esse fenomeno definitivo que pensavamos ser ?
Este livro é uma reflexão sôbre a infância do ser humano na Terra. As crianças são pessoas « adultas », que ja viveram muitissimas situações, por isso verificamos a sua experiência, e sabemos que são dotados, em certos casos, de uma grande capacidade intelectual e de uma bagagem cultural superior ha de muitos de nos.
As dificuldades com que se defrontam, desde os seus primeiros anos de existência na carne, é simplesmente de poder pôr em movimento a pequena maquina que lhes permite de viver sôbre a Terra, e que ainda não esta completamente « acabada », mas so quando atinge a adolescência e, não funcionara totalmente que quando atingira a maturidade.
Fazem-lhe falta todos estes anos para conseguir uma boa adaptação ao seu corpo, esperando poder responder completamente aos comandos do mental, que se lhe ligaram, aquando da sua gestação. Este treino, é longo e dificil, na medida em que vai encontrar um numero importante de complexidades, ditadas pela necessidade de se adaptar ao meio em que vive, de ai desenvolver um sistema correcto de comunicação, de adquirir uma formação cultural, treino na recuperação de habilidade fisica e mental, e a técnica de vida comum com aqueles aos quais esta ligado.
O mais importante neste trabalho de gerência das relações pais/filhos situa-se na convicção clara da realidade espiritual, isto é, a de que trazemos em nos um vasto e pouco explorado universo inespacial extremamente rico de potencialidades, cujo conhecimento muito podera ajudar-nos a entender melhor aquilo a que poderimaos chamar de oficio de viver.
A influência dos outros.
« Em intensidade maior ou menor, estaremos sempre abertos a certo grau de influenciação alheia, mas em nenhuma fase é tão evidente essa predisposição como na infância. Dai a grave responsabilidade de pais, totores, orientadores e educadores de crianças, que poderão ser estimuladas a dar poderosos passos à frente.
Desenvolvendo faculdades e potencialidades que trazem em si mesmas, como também poderão estacionar na ociosidade, ou até, mesmo recair em situações que ja poderiam ter sido superadas, se lhes fossem incutidos habitos adequados de vida, as motivações certas, o sadio proposito de caminhar no sentido de realização pessoal, com espirito, na ampla e luminosa perspectiva do processo evolutivo. »
Nossas idéias.
« Nossas idéias tem certo arranjo, ao qual estamos acostumados. Sabemos perfeitamente onde encontrar isso ou aquilo e como caminhar pelos corredores e aposentos da mente, com a segurança da pessoa que, apos viver muitos anos numa casa, é capaz de achar até um livro, em determinada estante, em plena escuridão, porque tudo lhe é familiar.
De repente, alguém se mete em nossa casa, muda tudo de posição e troca a serventia dos cômodos, levando moveis do quarto de dormir para a sala de almoço e a biblioteca para a copa os os estofados para o jardim. Como reordenar toda essa caotica situação ? E justo, pois, considerar o caso daqueles leitores inteligentes e abertos a novas idéias e propostas, mas que não haviam pensado nisso a sério, como elemento vital de ordenação de suas vidas e na maneira de considerar as crianças que nos cercam – filhos, netos, sobrinhos ou apenas de familias amigas ou conhecidas. »
Olhos para ver e enchergar à volta.
O doutor Pimentel seccionou o cordão umbilical, enrolou a criança numa toalha – era uma menina – colocou-a cuidadosamente de bruços e passou a cuidar da mãe, exausta e dolorida.
Eu aprenderia mais tarde que o ser humano descobre coisas, mas não as cria, nem inventa, e nos, certamente, não haviamos inventado aquele embrulhinho morno de gente que atentamente me espiava. Quem seria aquele ser ? De onde vinha ? O que pretenderia da vida ? Que papel seria o meu, junto desta vida que apenas se começava ? Ou sera que não estava começando e sim continuando ?
Eu não sabia. Mas queria muito saber, ter respostas para essas indagações e muitas outras, de que nem me lembro ou sequer tenham sido formuladas, mesmo porque, como disse, eu mergulhara em um turbilhão de inesperadas e insuspeitadas emoções. Estas, contudo, não me suscitavam temores ou inquietações e sim uma estranha alegria, ao perceber que também eu tinha condições de participar, com minha modesta contribuição, daquele deslumbrante espectaculo de renovação da vida.
Algumas das minhas perguntas ainda teriam de esperar um bom punhado de anos. Outras, creio eu, precisarão de mais alguns séculos, pois nosso Pai Maior não parece ter grande pressa em explicar-nos aquilo que nos ainda não temos condições de entender.
O apostolo Paulo, que sabia das coisas, escrevendo aos seus amigos de Corinto, disse o seguinte : «- E eu, irmãos, não vos pude falar como a (seres) espirituais senão como a carnais, crianças em Cristo. Dei-lhes leite a beber e não alimento solido, porque ainda não o podieis suportar. Nem ainda agora o podeis, porque ainda sois carnais. »
Como os Corintios, eu era carnal e acho que nem o leite me for dado, porque tudo quanto eu podia ver é que, de alguma forma, havia um pouco em mim naquele tépido bolinho de gente, à espera de que tomassemos nos braços e, depois, pelas mãos, lhe mostrassemos como era nosso mundo.
E ja sentia, nas profundezas da memoria do futuro, aquele dia em que ela não mais precisasse das nossas mãos e partisse para viver a sua vida. Nos sempre tememos um pouquinho. Não é que falte a confiança, é que paira para sempre, ai por cima, um vago temor de que o filhote ainda implume não consiga acertar com os invisiveis caminhos do céu, que tem de percorrer no vôo ainda incerto.
Não era tristeza ; nada disso! Apenas uma saudade antecipada, que me espreitava das dobras do desconhecido, tal como os olhinhos escuros de Ana-Maria. Mais tarde pensava em Ana-Maria, Marta, e Gilberto por terem me ensinado muitas das coisas que nele foram colocadas e que, sem eles, teriam passado despercebidas ao desatento olhar do apressado viajor.
Para ilustrar a nossa demonstração, diremos que geralmente utilisamos conceitos, tais como, espirito, alma, renascimento, imortalidade e ainda muitos outros. « Certamente até pensa que isto nada mais representa que uma predicação espirita ». Para podermos continuar, vous aclarar, antes, este aspecto das coisas. Defacto, sou espirita, mas não é por isso que escrevo sobre estas questões, mas simplismente porque a verdade é exatamente aquela e não seria honesto da minha parte pensar uma coisa e falar-lhes de outra.
Ha mais de um século que os espiritas, são praticamente os unicos a falar destas coisas, como da reencarnação, por exemplo. A idéia embora nova não foi inventada por Allan Kardec. O professor Rivail, pois este era o seu nome autêntico, teve dificuldade propria para aceitar esta informação, que lhe parecia estranha. Mas quando a questão é verdadeira, sempre a ela chegamos. Na medida em que o professor era um homem culto e inteligente, ali chegou mais depressa que uma outra pessoa sem preparação.
A técnica da indução.
A proposição que lhes faço, começa por dizer-lhes que têm o direito de rejeitar tudo o que lhes falo, e mesmo de fechar o livro ou de atira-lo para longe, mas se assim procede, guarde na memoria esse dia, porque no futuro se arrependera, aquando de um cruzamento entre o tempo e o espaço. A regressão da memoria consiste, fundamentalmente, à pôr uma pessoa em transe hipnotico ou magnético e de a levar a recuar, gradualmente, no tempo à procura das lembranças do passado. Assim a pessoa se lembra das coisas mais recentes, passando pela juventude, a infância, até ao momento do seu nascimento, no tempo em que ainda se encontrava no ventre da mãe, no periodo em que viveu como espirito e, finalmente, segue até as vidas anteriores, nesse imenso mundo de Deus.
A técnica de indução empregue pela doutora Wambach consiste a propôr ao paciente, uma « redução do seu potencial eléctrico de ondas cerebrais até cinco ciclos por segundo ». Segundo ela, embora o paciente não saiba, com certeza, do que se trata, o seu « mental interno» sabe-o. Direi que o espirito sabe, mas isto não tem grande importância. Somente depois de ter chegado ao estado da indução e do relaxe, precisos, é que, então,ela inicia a sua técnica bem elaborada da colecta de dados.
E atravéz do seu livro que eu e o leitor, daremos a prioridade aos dados não os da literatura espirita mas os dos livros autênticamente cientificos.
Nascer é o problema, e não o de morrer.
As pesquisas levadas a cabo pela doutora Wambach foram formuladas desde a regressão da memoria pela pessoa até ao momento imediatamente anterior ao da seu nascimento. A doutora Wambach não nos conta fantasias, nem segue para uma espécie de « coisa », uma abstração ou hipotese, não, ela fala-nos de uma pessoa normal, inteligente, consciente, responsavel, capaz de observar, de tirar conclusões e de expor suas ideias com coerência, como qualquer adulto razoavel, sensato e équilibrado. Não nos fala de um bêbê que acaba de ser criado e que não teria consciência de si proprio, nem de outro género de relação com sua mãe, seu pai ou qualquer outra pessoa.
Devemos analisar com o tempo necessario certos dados cientificos, porque são suficientemente importantes para que não lhe façamos referência em duas ou três frases, feitas à pressa. As informações nelas contidas têm um significado vital para todos nos e, é por isso que lhes propônho falar um pouco mais logo. No entanto, sera uma boa coisa passar nossos olhos sôbre certos dados estatisticos recolhidos pela Doutora Helen Wambach.
Para 90% do seus pacientes qui mergulharam nesse fantastico deposito de lembranças e que imergiram entre certas surpresas, para eles proprios, e para a eminente psicologa. Um deles corresponde ao facto de morrer como sendo uma boa coisa, e o de nascer não seria nada interessante. « As duas mortes porque passei, nas minhas duas vidas anteriores, (das quais me lembrei) nessa noite, foram experiências muito agradaveis », escreveu uma das pessoas. « Nascer parece ser uma tragédia ». Esta a ver?
Uma outra informação inesperada, pelo Dr. Wambach, foi o facto de um so dos seus pacientes (naquele momento) sentia que o « verdadeiro ser interior de cada um era masculino ou feminino ». e também q informação surpresa que a consciencia não vem do feto, não faz parte integrante deste, a consciencia apenas ai se encontra. Na realidade o corpo fetal é restritivo e impõe limites, muitos dos seus pacientes preferiram « a liberdade de existência sem o corpo », por outras palavras preferiam não ter nascido.
Outros dados estatisticos.
1) 81% dos pacientes disseram que tinham decidido renascer. 19% que não tinham nenhuma lembrança de tal decisão, desde que furant questionados sôbre essa questão.
2) No total das pesquisas, 68% declararam reticências, crispados ou resignados com a perspectiva de viverem uma nova existencia. Somente 28% consideraram est nova oportunidade com um certo optimismo.
3) 90% das pessoas questionadas declararam que as suas mortes foram experiências agradaveis, mas que os seus nascimentos foram uma ma aventura e de grande tensão.
4) No tocante aos objectivos planificados para uma nova vida, nenhuma lembrança sobre um projeto particular com o fim de desenvolver o talento e as faculdades, mas, « prioritariamente, aprender a ter relações com os outros e a amar sem ser muito exigente e possessivo ». Deste grupo, 28% tinham a consciencia de ter trazido uma « mensagem » à humanidade, no sentido de ser solidarios para com o semelhante e de « desenvolver o consciente superior », isto é o conceito que somos todos, primariamente sêres espirituais. Todos os pacientes do Dr. Wambach foram « praticamente unanimes a recusar a idéia de aumento da riqueza, do estatuto social e do poder ».
5) 87% das pessoas interrogadas, taxa bastante alta, declararam ter conhecido seus pais, amantes, parentes e amigos de uma para a outra vida anterior. Não tenhemos duvida que para a grande maioria o facto de nascerem representa uma forma de prova, mais um dever que prazer. Morrer, pelo contrario, constitui um processo de libertação, se nos referenciamos com a questão da detenção na carne.
No entanto a conclusão mais dramatica, a que se mostra com mais incidência nesta pesquisa, é a que tem a ver com o facto de a criança ser um ser espiritual, adulto, com experiência, consciente, senhor de muitos conhecimentos, facto sem discussão, sôbre a relação com um projecto de vida, com objectivos e com proposições claramente concebidas e programadas. Desde logo, uma pessoa préexistente e sobrevivente, segundo os ensinos espiritas desde ha mais de um século e segundo o que o Cristo ensinou à volta de ha dois mil anos. » (Agora um pouco mais, acrescento nosso). Este estudo do Dr. Wambach levanta outros aspectos importantes, que merecem ser comentados. Si esta comigo, vamos prosseguir um pouco mais.
Porque nascemos?
Encontraremos uma grande variedade de respostas para esta pergunta, mas creio que podemos resumir, dizendo que existe, neste periodo, uma importante de expectativa para aprender, para iluminação do ser, de ser consciente de si-mesmo, da sua condição de criatura imortal e aperfeiçoavel. No conjunto das pessoas questionadas, 51% declararam ter decidido nascer nesta época, « porque é época com grande potencial de maturidade espiritual » para as pessoas.
Bibliografia
* Este artigo foi complilado a partir do livro « Nossos Filhos são Espiritos » do autor espirita brasileiro, Herminio C. Miranda.