Natal – Sob o signo da paz.

As origens do Natal.

 

Muito ja se disse e escreveu sôbre o Natal que significa para o mundo cristão e mais especificamente para o mundo catolico, a festa do nascimento, ou do renascimento de Jesus.

Esta data era originalmente uma festa pagã celebrada em honra de Saturno, mais tarde os romanos festejaram-na honrando saturno deus das sementeiras e da agricultura. A festa durava 8 dias, entre o 17 e o 24 de dezembro.

Noutros tempos estas festas tinham por pano de fundo, durante a sua realisação, a mixidade social ou da liberdade reencontrada. Nos seus papéis, os escravos tomavam o lugar dos mestres e vice-versa. Era, então, costume respeitar uma treva judicial, que com o tempo deu lugar a bastantes abusos e excessos diversos, na medida em que existia impunidade.

Nessa época as casas eram decoradas com fôlhagens, ramos, em honra ao deus da agricultura. E certamente deste costume que vem até hoje o facto de se pendurar nas portas uma coroa ou maia de azevinho, durante a época natalicia.

Desde que adveio uma corrente religiosa oficial, nos fins do império romano a igreja combateu essas festas e acabou por proibi-las nos finais do IV° século depois de Jesus.

Era em honra de Mitra, deus da luz e da verdade – divindade de origem iraniana – que os exércitos romanos a disseminaram atravéz do império.

O 25 de dezembro sendo também a noite mais longa do ano, os romanos tinham por tradição de sacrificar um touro em honra do deus Mitra. Durante muitos séculos esta festa denominada « Sol Invictus » (sol invencivel), opus uma resistência açanhada à penetração do cristianismo em toda a Europa, particularmente na região francesa da Bretanha e na região do Danubio.

A volta de 354 da nossa era a igreja cristã ocidental (catolica) escolheu-a enquanto data de nascimento de Jesus. A igreja do oriente (ortodoxa) guardou a data de 6 de janeiro, correspndente à Epifânia ou dia de Réis.

 

O Natal nos dias de hoje.

 

Hoje, as festas constituem assiduamente um momento de manifestação de frenesia comercial, sem precedente no passado. Compra-se à desmedida. Nos ultimos tempos a tendência vai para a venda das prendas de natal que se receberam na véspera.

Esta festa foi durante séculos o simbolo da familia cristã, reunida à mesa, alegre, cantando cânticos de natal, saindo para a missa da meia noite ou do galo, (porque depois desta hora o galo canta), embora na actualidade esse costume tenha decaido bastante, num mundo aonde se vive lestamente e mais do que isso, aonde nem tempo se tem para apaladar e apreciar as boas coisas.

As iluminações de natal são agora muito apreciadas pelos cidadãos. As vitrinas decoradas a preceito, assim como as artérias centrais das cidades com iluminações reforçadas, num aspecto feérico e alegre.

Natal, Ano Novo e Epifânia continuam como datas anuais marcantes, da vida dos petizes e adultos. São momentos, ainda, em que se acalma a actividade, ainda bem, para se festejar em comum, alargando o circulo familial e de amigos. Estes momentos alegres são cada vez mais raros. O circulo familial nem sempre tem a possibilidade de reencontro numa tal atmosfera de simpatia e de alegria.

Este ano, estas festas realizam-se sob o signo de uma sociedade submetida a constrangimentos importantes, desde a crise moral, com suas consequências financeiras, os atentados recentes, a guerra que paralisa certos paises e nos impõe o seu cortejo de miséria e a migração de populações fugindo às bombas e ao terror. Uma alteração profunda do mundo esta decorrendo.

Malgrado as evoluções da nossa época, pensamos que é sempre bom et de bom auguro poder festejar colectivamente e para muito dentre nos com um cunho moralisador e espiritual o Natal fazendo desta festa um momento especial da nossa existência.

 

Natal e paz.

 

Se na sua origem a festa do nascimento e do renascimento, foi assimilada ao regozijo, à união da familia, pelo menos cristã, à paz entre os individuos et talvez ao perdão, na medida em que malgrado os conflitos, juntavam-se para festejar colectivamente e religiosamente.

Este ar de entendimento e de paz, entre os individuos, as familias, entre cidadãos, era um bom momento. Era o bom senso en acção. E certamente o que nos falta mais nos dias de hoje. Uma perspectiva de paz, no nosso estado de espirito, nos nossos corações, experimentando uma existência sem conflitos, pelo menos sem concurrência desmedida entre individuos e paises. A melhor das concurrências deveria estar voltada para a bondade e o entendimento fraterno.

Num mundo globalisado, no qual as regiões mais afastadas se aproximaram, umas das outras, atravéz de meios de comunicação e de transportes modernos, fazendo com que o mundo se assemelhe a uma aldeia, nisto pressupõe-se os primos alvores de um mundo novo, malgrado os entraves e as dificuldades, um mundo melhor no qual se vivera bem.

A historia da nossa humanidade, é uma sucessão milenaria de situações tão diversas e ricas. A cada época de crise, sucedeu uma nova era de desenvolvimento, em que os problemas e os freios anteriores encontraram solução e se dissiparam. Ao velho mundo, a uma sociedade arcaica, sucedeu uma nova era de progresso, em todos os campos, moral, espiritual, técnico e técnologico, uma modernisação capaz de entender e assimilar as conquistas recentes e encontrar no seu seio as energias e as forças necessarias para abrir novos campos para a pesquisa, a criação, numa palavra um mundo com novas perspectivas.

A sociedade actual, para além das suas contradições e dos seus horizontes negativos, permite pensarmos que continua tendo as capacidades da sua propria renovação e modernisação, na paz, na solidariedade, num entendimento fraterno entre cidadãos. Isto é o futuro !

 

Mensagem de paz e de amor.

 

Venho junto de vos por amor de meu Pai, e, trago-vos o amor para vossa salvação. Todos aqueles que se reunirão em meu nome, onde quer que se encontrem ai estarei. Assim falava Jesus, e, defacto, assim se manifestava junto dos apostolos, no dia de ascenção.

Compreendemos melhor, porque é que Ele não é propriedade exclusiva de ninguém, Ele ama-nos tanto uns como outros.. E embora com o tempo passando alguns tenham considerado haverem a primazia da sua preferência, isso não vai mais longe do que o egoismo que os atormenta. Ja que Ele é, pelo seu amor e o de Deus, de todos os homens e de todos os tempos.

Vivemos dias bastante tristes, não ha nisso duvidas, na medida em que o nosso mundo, por algumas das suas encostas vive a guerra, e esta é o sinal do sofrimento, da dôr, de uma agudeza incalculavel para nos, aqui, aonde por agora a guerra não nos é directemente imposta. Mas quem podera dizer de que futuro gozaremos. Na medida em que a guerra se intensifia, e mesmo se não temos de fugir às bombas, acabaremos por pagar o preço alto, da guerra que lavra algures.

Pelo momento as vitimas contam-se aos milheiros, fugindo o caos nessas regiões e ouvem-se os gritos : abram-nos as portas, evitem-nos a morte, acolham-nos antes de sermos tolhidos por causa ainda pior. Estamos prevenidos ! Brevemente chegaremos ao Natal, de 2015, um Natal no qual se deseja segurança, paz, a alegria de nos encontrarmos juntos, em familia, entre amigos, e até entre vizinhos. E humano, é muito natural !

Mas, ao lado, não muito distante daqui, neste mesmo mundo, e nosso domicilio, corações batem, não a alegria de estarem juntos, mas a tristeza de uma noite, de um dia, sem que as bombas deixem de ser enviadas. Ali, ha guerra, estamos em guerra. Que a paz aproxime e toque todos os corações !