Introdução
Tivemos a oportunidade de ler a obra « Fronteiras do Espiritismo e da Ciência » até nos chegada por mãos dedicadas à doutrina espirita e consequentemente à ciência académica. Refletido e maduro, propenso ao bem, cada um dos seus gestos, como cada uma das suas palavras, perspectivavam sempre, partindo da situação concreta do momento, para a melhoria do ser humano.
A modificação necessaria, à transformação pessoal e intima do seu semelhante, envidando esforços para a moralisação correspondendo a uma vida melhor.
Assim era, e sempre desta maneira se manteve, Zacarias de Jesus, durante os quatro anos de convivência comum, ja que como tio me acolhera em seu lar, como se seu filho fôsse. Nada de moralismos inuteis e ineficazes, mas formação de caracter, de ideias elevadas, capazes de nutrir intelectualmente o espirito, de conferir solidez à reflexão e ao aclarar das ideias, com base na Codificação Espirita, legada por Allan Kardec.
Mudar, sim, na medida em que a transformação serve o interessado, enquanto beneficia o « todo » que é a Humanidade. Pessoalmente tenho esta sua postura por « sabedoria e fé raciocinada », das quais estão excluidas as crendices e as estorias dos velhos tempos em que a ignorância se prendia ao Ser e constituia os grilhões que lhe dificultavam os voos em direcção de um futuro venturoso.
Inspirado, paciente, presto a perdoar, sempre que a situação lhe indicava tal proceder, Zacarias, foi meu primeiro mestre e relâmpago que me iluminou horizontes, outra feita, profundos e vastos, o incognoscivel, que sustenta a Doutrina dos Espiritos.
Desta forma lhe presto homenagem, pela herança com que me congratolou. Tal, não tem preço, nem é coisa que se pague, justamente e, por que isso não cabia na sua maneira desprendida de interesses materiais. Estou-lhe simplesmente e profundamente agradecido. Obrigada eternamente!
Espiritismo e Ciência
Herculano Pires, (1) espirita estudioso, escrutador e analista, do mundo espiritual, por meio da mediunidade, segura, desprendida e desalienada de idiosias, legando-nos obras diversas, de grande rigôr et de excelente riqueza, incomparavel, permite-nos de compreender melhor o mundo espiritual e as comunicações dadas por Espiritos, de todos os géneros e escalas de evolução diferenciada.
Com Herculano Pires, nada esta fechado, nem estanque, em sua analise e exposição, descortina-se sempre um horizonte sucedâneo, alimentado na luz da regeneração do individuo, tanto desencarnado quanto encarnado, e na renovação do pensamento.
Falando da Humanidade e da sua evolução Carlos Toledo Rizzini, autor da obra « Fronteiras do Espiritismo e da Ciência », diz-nos : « Assim as fases culturais se sucedem como os elos de uma corrente e não como contas de um rosario ». Palavras que se adaptam à realidade humana que foi Herculano Pires. Aqui nada é fragmentario, desordenado, e tudo se encaixa num processo atravéz do tempo, percorrendo fases cada vez mais complexas, pelo que merece o nome de evolução psiquica, mental ou espiritual, cujo processo se enquadra na lei do progresso, adiantada por Allan Kardec, quando nos enuncia, a lei : « Nascer, Morrer, Renascer e Progredir sempre, Tal é a Lei !»
Tal sendo a Lei, nada e ninguém pode escapar à evolução, à sua propria progressão e elevação crescente, mesmo se esta se processa desigualmente no tempo, segundo as gerações e as condições socio-culturais, em que se encontram inseridos os sêres.
A correspondência e o relacionamento permitido pelo Espiritismo cientifico ou de Kardec, veio mudar grandemente e transformar as perspectivas do Homem – Ser Espiritual – abrindo-lhe focos iluminativos, sobre extensivos horizontes e direcções diversas e multiplas, atravéz de um chão infinito e sucedâneo de surpresas, para analise e conhecimento.
Jamais, na historia longa da Humanidade, desde os tempos mais remotos da existência do Homem, na Terra, do Neandertal, passando pelo Homus Sapiens, até ao homem de hoje, se beneficiou de uma arca de ensinos, como a que nos propiciou e continua a frutificar a Doutrina dos Espiritos – atravéz da mediunidade ética por ele defendida e estudada.
No entanto, assevera : « Dos homens actuais, muitos permanecem na mentalidade envelhecida. Numerosos são os que se restringem ao espirito de civilização, ocupando-se de mil pequenos detalhes da vida terrena. Outros estão adstritos à mentalidade profética e não conseguem desprender-se da velha tradição filosofica ou religiosa, ou do misticismo oriental que, no passado, os impregnou fortemente. Ha neles uma como rigidez mental conducente a uma impossibilidade de penetrarem na area espiritual, dentro da qual ; o Evangelho avulta como codigo supremo. »
« O Renascimento marca a emancipação espiritual do homem, que vai achar o seu marco definitivo na Revolução Francesa ; esta liquida o poder divino dos reis, o direito de nascimento da nobreza, prega igualdade, entroniza a razão, etc., pelo que tem profundo sentido de libertação em relação ao passado nebuloso (a despeito dos crimes que cometeu).
Agora enceta-se a reacção oposta o racionalismo moderno, que recusa tudo quanto não possa submeter aos seus moldes racionais mediante o emprego dos sentidos ; aos dele deriva o materialismo irreverente, transbordamento compreensivel da inteligência recém-liberta até o século passado. Actualmente, porém, o materialismo deixou de ser racional para ser afetivo, pois a base fisica que o sustentava diluiu-se e ondas energéticas. »
Bibliografia
1 – Extratos da obra de Carlos Toledo Rizzini « Fronteiras do Espiritismo e da Ciência » Edição da LAKE, São Paulo – Brasil.