Introdução
Todos nos que temos por berço religioso o cristianismo e mais precisamente o catolicismo, é-nos muito dificil encarar de frente a morte. No entanto, esta faz parte da questão central do cristianismo, quando Jesus fala com Nicodemos a este respeito, e em muitas outras passagens do Evangelho, directa ou indirectamente, trata deste assunto e de tal forma que nos parece ser o ponto central do nosso advir.
Até quando Jesus trata e aconselha, segundo o Evangelho de São Mateus, cap. IV, vers. 23, 24, 25, os aflitos, os possessos, os lunaticos, os paraliticos e os cura, particularmente no caso dos possessos indica-nos claramente que a vida além-tùmulo é real e não deixa duvida quanto ao ser ou não ser depois da morte. E se existem possessos é porque ha possessores, sejam visiveis ou invisiveis. Esta claro que a morte não impede o Espirito ou Alma de continuar a intervir e influenciar os homens encarnados.
Ainda no caso em que o Evangelho nos diz, ter o Mestre de Jerusalém, falado para o possesso e pergunta-lhe : Quem és ? E este responde-lhe «… chamo-me multidão. » Esta claro que o Espirito não fala dele proprio, mas do meio espiritual onde esta inserido. Multidão quer dizer « grande quantidade »…
Quer queiramos quer não, a morte é um fenomeno natural ao qual todos estamos sujeitos, dai, que nada servira de querer iludir este processo fundamental da vida. Muitas pessoas não gostam de falar da morte. O espiritismo nos ensina que a reencarnação é a justificativa para todas as injustiças do mundo, portanto, não devemos ter medo da passagem ao mundo espiritual.
Temos a hora certa para desencarnar?
Quando encarnamos recebemos uma determinada carga de fluido vital (fluido da vida), e devido aos fatores genéticos e energéticos temos uma expectativa de vida (depende do que viemos fazer na Terra), que pode ser alterada para mais ou para menos, de acordo com os cuidados do corpo físico e com as energias e emoções.
Na pergunta 258, de O Livro dos Espíritos, Allan Kardec indaga :
« Quando na erraticidade, antes voltar a nova existência corporal, tem o Espírito consciência e previsão do que lhe sucederá no curso da vida terrena?
Resposta : O próprio Espirito escolhe o gênero de provas por que há de passar e nisso consiste o seu libre arbitrio. Já em relação ao fluido vital, quando ele acaba, desencarnamos. No que diz respeito à quantidade de fluido, ela não é igual em todos os seres orgânicos, isso dependera da necessidade reencarnatória de cada um. »
Por exemplo, uma pessoa que tiver o tempo de vida estimado em 60 anos irá receber uma carga maior do que aquela pessoa que tiver a previsão de viver 25 anos. Entretanto, caso tenhamos reencarnado para acertar pendências biológicas por ter-mos mal utilizado o corpo, exemplo, o suicídio, vamos viver pouco tempo, para cobrir o “buraco” que deixamos.
A titulo de exemplo, se a estimativa de vida for de 65 anos e por abuso desencarnamos aos 40, vamos ficar devendo vinte e cinco anos.
Então, na encarnação seguinte iremos viver o que estamos devendo.
E ainda, há outros espíritos que estão numa tarefa prisional, e por isso, acabam vivendo 80, 90 anos. O espírito vai ficando cada vez mais sozinho, ou então, se tornam dependentes dos parentes ou de pessoas que não gostam deles.
E há aqueles também que cuidam da família e voltam para o plano espiritual com missão cumprida.
Por isso, utilize o tempo para fazer o bem para você mesmo e para o próximo. Use o fluido que recebeu!
Bibliografia
O Livro dos Espíritos – Allan Kardec, 1857.