Ensinos de Além-tumulo (II).

Sôbre a ciência.

 

9. – A radioatividade opera a destruição ou a evolução da matéria?

– Através da radioatividade, verifica-se a evolução da matéria. É nesse continuo desgaste que se observam os processos de transformação das individuações químicas, convertidas em energia, movimento, electricidade, luz, na ascensão para novas modalidades evolutivas, em obediência às leis que regem o Universo.

 

10. – Onde a fonte de energia para a matéria, de vez que a radioactividade opera incessantemente, trabalhando as suas forças?

– O Sol é essa fonte vital para todos os núcleos da vida planetária. Todos os sêres, como todos os centros em que se processam as forças embrionárias da vida, recebem a renovação constante de suas energias através da chuva incessante dos átomos, que a sede do sistema envia à sua família de mundos, equilibrados na sua atração, dentro do Infinito.

 

11. – Como deveremos compreender a assertiva dos químicos : « nada se cria, nada se perde »?

– Em verdade, o espírito humano não cria a vida, atributo de Deus, fonte da criação infinita e incessante; contudo, se o homem não pode criar o fluido da vida, nada se perde da obra de Deus em torno dele, porque todas as substâncias se transformam na evolução para mais alto.

 

12. – Em face da exatidão com que se efectuam as combinações naturais da química orgânica, como entender as diversas expressões da natureza, em seus primórdios?

– As expressões diversas da natureza terrestre, em suas primitivas agregações moleculares, obedeceram ao pensamento divino dos prepostos (designados) de Jesus quando nas manifestações iniciais da vida sobre a crosta do orbe. Remontando a essas origens profundas, podeis observar, então, o esforço dos Espíritos sábios do plano invisível, na manipulação dos valores da química biológica nos primórdios da vida planetária, estabelecendo a caracterização definitiva dos processos da Natureza na fixação das espécies, prevendo todo o mecanismo da evolução no futuro, e entregando o seu trabalho às leis da selecção natural que, sob a égide de Jesus, prosseguiriam no aperfeiçoamento da obra terrestre através do tempo.

 

13. – As forças espirituais organizaram igualmente a atmosfera do mundo?

– Isso é indubitável. A inteligência com que foram dispostos os elementos do cenário, para o desenvolvimento da vida no planeta, vo-lo comprova. A algumas dezenas de quilômetros foram colocados os revestimentos do ozônio, destinados a filtrar os raios solares, dosando-lhes a natureza para a proteção da vida. Da atmosfera recebeis a maior percentagem de nutrição para o entretenimento das células.

E como o nosso escopo não é o de citações eruditas, nem o de redizer os preceitos científicos do mundo, lembremos que um homem, na manutenção da sua vida orgânica, necessita de regular quantidade de oxigênio, quinze gramas de azoto (alimentar) e quinhentas gramas de carbono (alimentar). O oxigênio é uma dádiva de Deus para todas as criaturas; quanto ao azoto e ao carbono, é pela sua obtenção que o homem luta afanosamente na Terra, recordando-nos a exortação dos textos sagrados ao espírito que faliu – « comeras o pão com o suor do teu rosto ».

O problema básico da nutrição, nessa conta de química, é uma reafirmação da generosidade paterna do Criador e do estado expiatório em que se encontram as almas reencarnadas neste mundo.

 

14. – Como compreender a afirmativa dos astrônomos relativamente à morte térmica do planeta?

– É certo que todo o organismo material se transformara, um dia, revestindo novas formas. As energias do Sol, como as forças telúricas do orbe terrestre, serão esgotadas aqui, para surgirem noutra parte. Alguns astrônomos calculam a morte térmica do planeta para daqui a um milhão de anos, aproximadamente.

Já se disse, porém, que a vida é o eterno presente. E o nosso primeiro dever não é o de contar o tempo, demarcando, em bases inseguras, a duração das obras conhecidamente transitórias, mas o de valorizá-lo como oportunidade sagrada para as edificações definitivas do nosso espírito, as quais são inacessíveis a todas as transformações da matéria, em face do infinito.

 

A Física.

 

15. – Existem Espíritos especialmente encarregados da execução das leis físicas no planeta terrestre? 

– Essa verdade é incontestável, e o homem poderá examinar e estudar constantemente, auferindo o melhor proveito na sua rotina de esforços perseverantes; porém, todas as definições do materialismo serão inúteis em face da realidade irrefutável dos fatores transcendentes, em todos os grandes fenômenos físicos da Natureza.

 

16. – As novas revelações cientificas positivadas pelos professores Thomson, Rutherford, Ramsay e Soddy, entre outros, no campo da física, sobre os átomos e os eléctrons, são passíveis de fornecer o exacto conhecimento de todas as etapas da evolução anímica?

– A ciência, propriamente humana, poderá estabelecer bases convencionais, mas não a base legítima, em sua origem divina, porquanto os átomos e os eléctrons são fases de caracterização da matéria, sem constituírem o princípio nessa escala sem fim, que se verifica, igualmente, para o plano des infinitamente pequenos.

 

17. – Como são considerados, no plano espiritual, os conhecimentos actuais da Física na Terra?

– As noções modernas da Física aproximam-se, cada vez mais, do conhecimento das leis universais, em cujo ápice repousa a directriz divina que governa todos os mundos. Os sistemas antigos envelheceram. As concepções de ontem deram lugar a novas deduções. Estudos recentes da matéria vos fazem conhecer que os seus elementos se dissociam pela análise, que o átomo não é indivisível, que toda expressão material pode ser convertida em força e que toda energia volta ao reservatório do éter universal. Com o tempo, as fórmulas acadêmicas se renovarão em outros conceitos da realidade transcendente, e os físicos da Terra não poderão dispensar Deus nas suas ilações, reintegrando a Natureza na sua posição de campo passivo, onde a inteligência divina se manifesta.

 

18. – Onde o ponto imediato de observação para que a Física reconheça a existência de Deus? 

– Desde o ponto inicial de suas observações, a Física é obrigada a reconhecer a existência de Deus em seus divinos atributos. Para demonstrar o sistema do mundo, o cientista não recorreu ao chamado « eixo imaginário »? Basta essa incógnita para que o homem seja conduzido a ilações mais altas, no domínio do transcendente. A mecânica celeste prova a irrefutabilidade da teoria do movimento. O planeta move-se na imensidade. A matéria vibra nas suas mais diversificadas expressões. Quem gerou o movimento? Quem forneceu o primeiro impulso vibratório no organismo universal? A Ciência esclarece que a energia faz o movimento, mas a força é cega e a matéria não tem características de espontaneidade. Só na inteligência divina encontramos a origem de toda a coordenação e de todo equilíbrio; razão pela qual, nas suas questões mais íntimas, a Física da Terra não poderá prescindir da lógica com Deus.

 

 


 

Bibliografia

 

Obra « O Consolador » do Espirito Emmanuel, pelo médium Francisco Cândido Xavier.

Ndlr – Esta série de artigos tem por fim dar a conhecer aos nossos leitores o ponto de vista dos Espíritos Instrutores sôbre uma série de conhecimentos, da ciência terrestre, assim como a riqueza das suas comunicações.