Analisando a história da humanidade através do tempos, deparamo-nos com um grande e variado número de casos de manifestação da mediunidade de efeitos físicos, muito antes de ser assim denominada e compreendida, fora em tempos remotos considerada como fenômeno sobrenatural. Actualmente, à luz do Espiritismo, podemos compreendê-la melhor e explicá-la cientificamente.
Ernesto Bozzano, professor de filosofia da ciência e pesquizador espírita aturado, ensina-nos, em seu livro « Pensamento e Vontade », que a substância ectoplásmica já era conhecida pelos alquimistas do século XVII, é o caso de Paracelso, que a denominou Mysterium Magnum, e Tomas Vaogan, que a definiu por Matéria Prima. Também Emmanuel Swedenborg, engenheiro e um dos precursores do Espiritismo, realizou experimentos de ectoplasmia.
Outros importantes pesquisadores podem ser citados, como o Dr. Gustavo Geley, que descreveu essas manifestações em seu livro « Do Inconsciente ao Consciente, além de diversos investigadores científicos, tais como Hartmann, Aksakof, Du Prel, Coronel De Rochas, que baseou suas conclusões nas experiências realizadas com a também famosa médium de ectoplasmia, Eusápia Paladino.
Outro caso interessante de materialização de corpo humano, exercida por uma entidade inteligente e com o auxílio da posse temporária do corpo fluídico exteriorizado, foi observada e pesquisada exaustivamente pelo cientista químico-físico londrino, Dr. William Crookes, por volta de 1869, que estudou o fenômeno por mais de 30 anos. Através de uma médium chamada Florence Cook, manifestava-se o espírito denominado Katie King. Ela apresentava diversos fenômenos, como levitação, escrita, materialização, mas apenas de um único espírito.
Mais recentemente, por volta da década de 40, Fábio Machado, um médium que morava em Belo Horizonte, no Brasil, de fenômenos de materializações, que Ranieri nos da conta, em seu livro « Manifestações Luminosas ». Através dele ocorriam os mesmos fenômenos observados no médium Francisco Peixoto, no Rio de Janeiro, e com os mesmos espíritos, mesmo sem se conhecerem ou terem conhecimento da existência um de outro. A única diferença é que as materializações de Fábio eram opacas.
Sobre o ectoplasma, O Espirito André Luiz no livro « Nos Domínios da Mediunidade », cap. XXVIII, descreve um dos seus aprendizados neste assunto, tendo realizado um trabalho de observação numa sessão de materialização, ocorrida na Terra. Conta-nos que durante esse fenômeno muito particular, o médium encontra-se em situação de desdobramento e afastado do seu corpo, em situação semelhante à de desencarne.
Assim prostrado, sob o domínio dos “técnicos espirituais”, começa a expelir o ectoplasma, qual pasta flexível, à maneira de uma geléia viscosa e semi-líquida, através de todos os poros, com mais abundância pelos orifícios naturais, particularmente da boca, narinas, e ouvidos, além do tórax e das extremidades dos dedos. Esse fluido condensado, de alvura extraordinária, ligeiramente luminosa, comparável à clara de ovo, com um cheiro característico, indescritível. Dessa forma, o médium começa a desmaterializar-se.
O ectoplasma, por sua vez envolve o perispírito do espírito a ser materializado, semelhante a peças de tecido leves e finos, ou interpenetra os objetos, dando-lhes forma e movimento. O fenômeno independe das qualidades morais e do caráter do médium, são emanações psicofísicas, das quais o citoplasma é uma das fontes de origem. Portanto o fato do médium fumar, beber, ingerir drogas ou abusar da alimentação inadequada, não o faz um médium mais ou menos apto, mas influenciam, devido as toxinas que contaminam o ectoplasma, a ponto de prejudicar o organismo do próprio médium.
Vemos, como exemplo, os ensinamentos dos espíritos, no caso do médium Francisco Peixoto Lins, que alertavam sempre sobre os vícios, classificando-os como uma escolha para a mediunidade, com conseqüências nefastas e tóxicas para o médium. Em muitas das reuniões realizadas pelo grupo dele, e que não tiveram êxito, a explicação era de que os resíduos decorrentes desses vícios e da alimentação inadequada, que impregnavam o organismo do médium, não propiciariam o efeito desejado sem atingir com gravidade o organismo do médium.
Eles falavam e ensinavam com brandura, mas eram enérgicos e severos em relação à participação nas reuniões de pessoas com esses vícios e do próprio médium. Até mesmo, o próprio toque nesse fluido condensado, por pessoa estranha ao fenômeno, e quando não planejado pelo espírito coordenador do fenômeno, poderá levar o médium à conseqüências gravíssimas, tal como ocorreu com o próprio Peixotinho, e até mesmo ao desencarne, tal a seriedade e complexidade do fenômeno.
O termo “ectoplasma”, segundo o “Novo Dicionário da Língua Portuguesa”, de Aurélio Buarque de Holanda Ferreira, na Biologia, refere-se à parte periférica do citoplasma celular. Na Parapsicologia, designa a substância visível que emana do corpo de certos médiuns. “Uma pasta flexível, à maneira de uma geléia viscosa e semilíquida, que emana por todos os poros e orifícios naturais, particularmente da boca, narinas, ouvidos, além do tórax e extremidades dos dedos do médium.” (“Nos Domínios da Mediunidade”, André Luiz.)
Materializações luminosas.
Novamente, segundo o dicionário, o termo se refere à individualização de uma forma pela matéria, ou à atribuição de qualidades da matéria a algo, no caso ao espírito, ou fazer manifestar-se o espírito sob forma material, torná-lo corpóreo.,Refere-se também o termo, à um tipo especialíssimo de mediunidade, onde ocorre o fenômeno da corporificação de espíritos através do ectoplasma do médium.
Em diversas obras sobre o assunto, em que os autores participaram e analisaram fria e racionalmente o fenômeno, por anos a fio, podemos concluir, que ele apresenta um tipo de ocorrência padrão, onde participam sempre, o médium que apresenta tal faculdade mediúnica, demais pessoas que assistem e auxiliam materialmente a realização do fato, um ou mais Espíritos evoluído que coordenam a elaboração espiritual do fenômeno e algumas entidades, de caráter menos evoluído, com mais ligações com a matéria e o mundo material.
Algumas dessas materializações chegam a ter uma intensa luminosidade, que chega a desafiar qualquer pensamento de incredulidade à respeito do fenômeno. Isso ocorre devido à grande quantidade de fosfato de lecitina, que o médium apresenta em seu organismo. Por isso que em certas ocasiões o famoso médium Peixotinho era orientado pelos Espíritos a ingerir muito peixe, alimento que possui essa substância.
O fenômeno das materializações através dos tempos.
Caso fôssemos analisar a história da humanidade através do tempos, com certeza teríamos elencados muitos casos de manifestação da mediunidade de efeitos físicos, antes mesmo que ela assim fosse denominada e compreendida, pois antigamente, era considerada como fenômeno sobrenatural. Atualmente, à luz do Espiritismo, podemos compreendê-la melhor e explicá-la cientificamente.
Ernesto Bozzano nos ensina, em seu livro “Pensamento e Vontade”, que a substância ectoplásmica já era conhecida pelos alquimistas do século XVII, como Paracelso, que a denominou Mysterium Magnum, e Tomas Vaogan, que a definiu por Matéria Prima. Também Emmanuel Swedenborg, um dos precursores do Espiritismo, realizou experimentos de ectoplasmia. Outros importantes pesquisadores podem ser citados, como Dr. Gustavo Geley, que descreveu essas manifestações em seu livro “Do Inconsciente ao Consciente, além de diversos investigadores científicos, tais como Hartmann, Aksakof, Du Prel, Cel. de Rochas, que baseou suas conclusões nas experiências realizadas com a também famosa médium de ectoplasmia, Eusápia Paladino.
Bibliografia
Extrato do artigo publicado pela revista brasileira Revista Cristã de Espiritismo n° 03, paginas 06-10 sob o titulo : « Fenômenos de efeitos físicos »