ASSEDIO.

O assédio é um fenomeno de obsessão que consiste para aquele (espirito) ou (pessoa) perseguidor que o exerce em rodear ou fazer um cerco mental insistente em direcção da sua vitima. Este assédio obsessivo tem efeitos que são detectados desde o seu inicio. Em geral esses efeitos aparecem em forma de mudanças perigosas de atitudes, em pensamentos por vêzes desordenados, por falhas de memoria, e falta de concentração, acompanhadas de cansaço fisico e mental, atravéz dos quais aparecem sintomas sem causa aparente, etc. (1)

Analisando as consequências do assédio, Celina Fioravanti, (2) mencionada por Zalmino, descreve o seguinte : « Junto às falhas de memoria, ocorrem outros problemas mentais, como a falta de concentração, a dispersão dos pensamentos. Todos os processos mentais se tornam pouco estaveis, geranto falta de atenção, dificuldade de aprendizado, pouca compreensão de assuntos subjetivos e problemas para realizar operações que exigem clareza de raciocinio, como calculos.

Sintomas de doenças, nas quais o médico não consegue detectar uma causa, como febres, vômitos, dôres de cabeça, aceleração dos batimentos cardiacos, cãimbras, podem indicar assédio. As caracteristicas destas situações é que elas surgem inesperadamente e podem desaparecer por completo, de forma subita, deixando a pessoa com a sensação de estar exauta.

Outra maneira de se perceber um assédio é a manifestação de muita ansiedade. Essa ansiedade tem como caracteristica o manifestar-se subitamente, dando a impressão de que a pessoa esta ansiosa por sair de onde esta, pois nada tem a fazer ali. Por exemplo, um empregado que deve ficar na sua mesa trabalhando, de repente sai do escritorio sem sequer avisar seu superior. Quando volta, não recorda onde foi nem o que fez, parece confuso e cansado. (3)

Tais efeitos ja refletem um principio de desestabilização das funções perispiriticas, perturbando o comando dos centros coronario e cerebral, principalmente sob a acção deletéria dos agentes obsessores.

Importante anotar aqui que se a insinuação reflete uma acção consqciente por parte do obsessor, podendo servir de degrau ao assédio ostensivo, propriamente, este também pode acontecer, desde logo; notadamente, em casos de acção involuntaria ou não premeditada – muito comum, alias -, em que o obsessor, mergulhado em sofrimento, nem chega bem a se dar conta do que acontece. A respeito, escreve Suely C. Schubert :

– Nem sempre (…) a acção do obsessor é fria e calculista. Nem sempre ele age com premeditaçéao e com requintes de crueldade. Ha obsessões, sim, que apresentam estas caracteristicas, mas nem todas. Existem aquelas outras em que o algoz actua como que enlouquecido pela dor, pela angustia e sofrimentos.

Não tem condições de raciocinar com clareza e sofre até mais que o obsidiado. Sua acção é desordenada, irrefletida e ele sabe apenas que deve ou tem de pedir contas ou se vingar daquele que o tornou infeliz. Não tem noção de tempo, de lugar, às vezes, esqueceu-se do proprio nome, ensandecido pelas torturas que o vitimaram.

Muitos não tem consciência do mal que estão praticando. Podem estar sendo usados por obsessores mais inteligentes e mais cruéis, que os atormentam, enquanto os obrigam a, por sua vez, atormentarem os que são objeto de vingança ou odio. (4)

O assédio surge tão perigoso pela acção do obsessor quanto se sabe que quase sempre é revitalizado pela acção do obsessor, durante o sono fisico do paciente.

Por isso, por suas consequências imediatas ou futuras – pois que dolorosos desenvolvimentos poderão ocorre -, não prescindem do necessario cuidado que, a começar, deve partir do proprio obsidiado. Nesse sentido, a lucida advertência de André Luiz, por Francisco C. Xavier :

Em todos os quadros do Universo, somos satélites uns dos outros. Os mais fortes arrastam oas mais fracos, entendendo-se, porém, que o mais fragil de hoje pode ser a potência mais alta de amanhã, conforme nosso aproveitamento individual. Expedimos raios magnéticos e recebemo-los ao mesmo tempo.

E imperioso reconhecer, todavia, que aqueles que se acham sob o contrôle de energias cegas, acomodando-se aos golpes e sugestões da força tirânica, emitidos pelas inteligências perversas que os assediam, demoram-se, longo tempo, na condição de aparelhos receptores da desordem psiquica.

Muito dificil reajustar alguém que não deseja reajustar-se. A ignorância e a rebeldia são efectivamente a matriz de sufocantes males. (5)

Especialmente delicado é o assédio na mediunidade, porque deliberadamente dirigido à perturbação é à fragilização psicofisica do médium, que, jap or suas faculdades, pode apresentar-se perispiritualmente mais sensivel.

Dai, a necessidade de que tenha consciência do processo que o envolve, para que, pela força da humildade, da paciência e da persistência no serviço de auxilio, consiga livrar-se da perniciosa influenciação.

 


Bibliografia

 

(1) – No livro « Perispirito » de Zalmino Zimmermann, cap. XIV – Perispirito e Obsessão.

(2&3) – No livro Causas Espirituais da Depressão de Celina Fioravanti, São Paulo : Pensamento, 1995, pag. 42.

(4) – Suely Caldas Schubert, obra « Obsessão-Desobsessão », 9. Ed. Rio de Janeiro : FEB, 1994, Cap. 14, p. 73.

(5) – Francisco C. Xavier. André Luiz (Espirito), em Libertação. 17. Ed. Rio de Janeiro : FEB, 1995, cap. VI, p. 84.