A vida excepcional e a transformação de Paulo de Tarso.

Um exemplo para todos nos.

 

Na historia do Cristianismo ha uma figura que excede todas as outras, enquanto discipulo de Jesus. Antes de se ter convertido aos ensinos de Jesus, fôra contraditor acérrimo do Mestre, e seu perseguidor. Mas aquando de uma das suas viagens em perseguição, ei-lo na direcção da grande cidade de Damasco e ai Paulo sente uma imensa froixidão e acaba caido de joelhos. E nesse instante que uma voz lhe sussurra aos ouvidos e lhe diz : « Levanta-te Paulo e continua tua caminhada. »

Paulo, primeiro mudo, acaba por perguntar : « Senhor, o que desejas de mim ? ». E a resposta não se fez esperar : « Amaras ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento » e « Amaras ao teu proximo como a ti mesmo ». Nos seus comentarios, no Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. XV, alinea 5, Allan Kardec assegura : «Caridade e humildade – tal é, pois, o unico caminho da salvação ; egoismo e orgulho – o caminho da perdição… ». Não sendo possivel amar a Deus sem praticar a caridade para com o proximo, todos os deveres do homem estão resumidos na maxima : «Fora da caridade não ha salvação».

E Allan Kardec continua os seus comentarios : «7. De tal modo compreendeu São Paulo esta grande verdade que diz : «Se eu falar a linguagem dos anjos ; se tiver a dom da profecia e penetrar todos os mistérios ; se tiver toda a fé possivel, a ponto de transportar montanhas ; mas não tiver caridade, nada serei. Entre as três virtudes – fé, esperança e caridade – a maior é a caridade. » Deste modo e sem equivoco coloca a caridade acima da fé. E que a caridade esta ao alcance de todos – do ignorante e do sabio, do rico e do pobre e independe de qualquer crença particular.

E Allan Kardec acrescenta : « Ainda mais : define a verdadeira caridade, mostrando-a não apenas na beneficiência, mas no conjunto das qualidades do coração, na bondade e na benevolência para com o proximo. »

Como vemos o proprio Mestre, em Espirito, comunica-se com Paulo e lhe transmite uma das mais belas comunicações, norteando-o no destino, preparando-o para a sua acção futura junto dos homens e no quadro da movimento cristão em preparação. Esta maxima resume todos os deveres e todas as acções dos Homens em todos os tempos e em todas as situações. « Fora da Caridade não ha salvação » é a consagração do principio de igualdade perante Deus e az liberdade de consciência. Tomando esta maxima como regra, todos os homens são irmãos e, qualquer que seja o modo de adorar a Deus, dão-se as mãos reciprocamente, orando uns pelos outros », adianta ainda Allan Kardec.

Ainda no Evangelho Segundo o Espiritismon na parte relativa à « Instrução dos Espiritos », capitulo XV, alinea 10, vamos citar a longa comunicação assinada por Paulo, Apostolo, Paris 1860 : «Filhos meus, na maxima « Fora da caridade não ha salvação », esta contido o destino do homem na Terra e no céu, na Terra, porque à sombra dêsse estandarte, vivera em paz ; no céu, porque aquêles que a houverem praticado encontrarão graça diante do Senhor.

Esta divisa é o facho celeste, a coluna luminosa que guia o homem pelo deserto da vida para conduzi-lo à Terra da Promissão, brilha no céu como auréola santa na fronte dos eleitos e na Terra esta gravada no coração daqueles a quem Jesus dira : « Passai à direita, vos benditos de meu Pai.

Reconhecê-los-ei pelo perfume da caridade que espargem em redor. Nada exprime melhor o pensamento de Jesus, nada melhor resume os deveres do homem que esta maxima de ordem divina ; o Espiritismo não poderia melhor provar sua origem que a dando como regra, porque é o reflexo do mais puro cristianismo ; com semelhante guia jamais o homem se extraviara.

Aplicai-vos, pois, meus amigos, em compreender seu sentido profundo e suas consequências, em buscar em vos mesmos todas as aplicações. Submetei todas as vossas acções à prova da caridade e vossa consciência vos respondera ; não so evitara que façais o mal, mas vos levara a praticar o bem, porque não basta uma virtude passiva ; é preciso uma virtude activa.

Para fazer o bem, é sempre necessaria a acção da vontade ; para fazer o mal, muitas vêzes bastam a inércia e a indiferença. Amigos meus, dai graças a Deus por haver permitido pudésseis gozar da luz do Espiritismo, não porque os que a possuem sejam os unicos e se salvar, mas porque, ajudando-vos a compreender melhor os ensinos do Cristo, vous torna melhores cristãos.

Fazei, pois, que ao vosso olhar, se possa dizer que verdadeiro espirita e verdadeiro cristão são uma so e mesma coisa, porque todos os que praticam a caridade são discipulos de Jesus, qualquer que seja o culto a que pertençam. »

 

Concluimos

 

Por esta mensagem podemos apreciar, quanto Paulo, o perseguidor dos cristãos, teve a força e a coragem, primeiro de se revelar um autêntico defensôr da causa cristã, e seguidamente de vir testemunhar e confirmar aos Homens da nossa época, atravéz desta sua mensagem, em como a Lei Suprêma e que nos pode libertar do odio e auxiliar na capacidade de perdoar, as ofensas colhidas, se mantêm a mesma na actualidade e como tal é a via que também ele nos lembra e convida a seguir.

Podemos anotar, que de inquisidor e perseguidor dos cristãos, se transformou num dos braços mais potentes e numa das fontes mais luminosas do cristianismo e do grande movimento transformador da sociedade que fôram os continuadores de Jesus, nos primeiros séculos, apos a sua desencarnação.

Nunca é tarde para nos arrependermos, porque a mão solicita do Mestre nos é estendida, mesmo quando menos esperamos. O perdão nos esta não so prometido, mas autentificado : « Perdoa e seras perdoado » e ainda o que se nos afigura como a mais excelente e altissima pratica : « Ama e seras amado ». E aqui que podemos compreender e verificar que o Amor de Deus não têm limites, nem so é derramado para alguns, mas esta inscrito, na nossa intimidade, em permanência agindo como força propulsora, para a nossa libertação e nossa emancipação.

 


 

Bibliografia

 

Artigo elaborado a partir de Allan Kardec em « O Evangelho Segundo o Espiritismo », Capitulo XV°.