Nessa oportunidade vamos descrever uma técnica muito importante de cura. Na realidade, não existe a cura real sem que ela seja uma autocura. É certo que ninguém é capaz de curar ninguém, somente a própria pessoa é que pode curar a si mesma. É possível que um médico, um terapeuta ou um médium possam ajudar a remover certas moléstias orgânicas, mas todos concordam que a cura mais profunda é a cura interior, e essa somente a própria pessoa pode realizar.
Em primeiro lugar, todos devem compreender que toda doença nada mais é do que uma desarmonia, ou um desequilíbrio entre os diferentes aspectos ou níveis de nosso ser. A doença não vem de uma desarmonia, ela é a própria desarmonia.
A melhor maneira de restabelecer a harmonia em nosso ser é removendo todos os bloqueios e permitindo que a nossa energia possa fluir novamente. Quanto maior e mais livre é o fluxo de nossas energias, maior será a nossa harmonia e a nossa cura. Quanto maior forem as retenções das energias, os bloqueios no livre fluxo de nossa vibração, maiores e mais graves serão as patologias do nosso ser, sejam físicas, emocionais ou psíquicas.
Toda doença começa com alguma não aceitação, algum bloqueio, alguma revolta, alguma luta, algum conflito, e principalmente com emoções reprimidas ou não escoadas, como a mágoa, o ódio, a culpa, o medo, a tristeza, a ansiedade, etc. Tudo isso causa algum tipo de obstrução, de resistência, de entrave para nossas energias, que ficam impedidas de fluir livremente. Esse processo propaga todo tipo de patologias em nosso organismo.
Alguns terapeutas complicam demais a explicação sobre a causalidade das doenças e criam milhares de conceitos e teorias que muitas vezes confundem mais do que esclarecem. No entanto, o princípio básico que todos devem conhecer sobre a formação das moléstias orgânicas é esse: os bloqueios e as desarmonias no fluir de nossas energias vitais. Essa é uma das causas primárias de todas as doenças.
Esse bloqueio ou obstrução nada mais é do que um desligamento do contato com nossa essência, ou com o ser divino que somos. Para restabelecer a harmonia em nosso ser, o processo a ser seguido é simples de ser compreendido, mas não tão fácil de ser aplicado. Faz-se necessária certa dose de desprendimento, renúncia e entrega a um plano maior, além de um bom exercício de aceitação interior e amor por nós mesmos.
Vamos então descrever da forma mais simples possível essa técnica, que qualquer pessoa pode fazer, para restabelecer a harmonia interior e dessa forma, atingir o que denominamos de autocura, a cura interior.
1 – A primeira coisa a fazer é agradecer a Deus pela doença. Sim, é isso mesmo. Muitos podem estranhar essa declaração, mas é essencial que possamos ser gratos por qualquer tipo de adoecimento orgânico, que nada mais é do que uma prova passageira para o espírito imortal que somos.
Essa prova pode contribuir com a evolução de nossa alma e nos ajudar decisivamente na cura interior. Já explicamos em outra oportunidade que toda doença exterior vem para nos proporcionar uma cura interior. Quem quiser mais informações a esse respeito pode ler o texto “Doença que cura” em nosso blog. Portanto, a primeira coisa a fazer é agradecer a prova da doença.
Fique um tempo agradecendo a Deus por estar atravessando a benção dessa provação. Agradeça sinceramente ao plano divino por essa oportunidade de ascensão e libertação espiritual. É como fazer um exame para um concurso público onde vamos ganhar um salário muito maior. Para ingressar nesse emprego é preciso primeiro passar pela prova. Sem prova, não há possibilidade de ingresso na nova carreira.
O mesmo ocorre com a evolução do nosso espírito. Para atingir a paz e a felicidade interior é preciso viver certas provas na matéria, e só assim poderemos ascender em nosso nível evolutivo. Portanto, agradeça de forma incondicional. Esse é o primeiro passo da cura.
2 – O segundo passo é irradiar amor para a própria enfermidade. Pense na doença que abate seu organismo com amor e não com raiva. Não pense na patologia como algo a ser evitado, como algo mal ou perigoso. Entenda a doença como uma benção que lhe é concedida e envie amor ao órgão que esteja debilitado.
Por exemplo, se uma pessoa sofre de um problema no fígado, irradie amor ao fígado; se a pessoa sofre de problema nos rins, envie energias de amor e paz aos seus rins; se a pessoa sofre de um problema no coração, emane vibrações de amor, paz e ternura a si mesmo e a esse órgão.
Depois sinta esse amor se espalhar a partir desse órgão para todo seu organismo. Procure sentir o amor invadindo cada órgão e cada célula do seu corpo e do seu ser. Sinta o amor fluindo através do seu organismo físico. Nesse momento é necessário realizar um exercício de autoaceitação.
*É preciso aceitar a si mesmo tal como se é, pois o amor próprio nada mais é do que pura aceitação, pura recepção, puro acolhimento de si mesmo, e não negação ou aversão do que somos. É preciso que cada pessoa se aceite exatamente do jeito que é e não tente mudar absolutamente nada em si mesma. Uma mulher que diz que se aceita, mas não se acha tão bonita quanto gostaria pode falhar nessa experiência caso esses sentimentos não sejam postos de lado.
É preciso não querer ser diferente do que se é… e aceitar-se plenamente; aceitar com totalidade o ser que somos e o corpo físico que Deus nos deu, pois é esse organismo e essa existência material que melhor pode nos proporcionar a ascensão espiritual. Portanto, apenas irradie amor à doença, sem qualquer restrição e sem taxa-la como algo maldoso, péssimo, odioso, aversivo, destruidor, etc.
3 – O terceiro procedimento a ser realizado é uma total entrega de nossa parte ao plano da essência, ao nível do nosso ser mais profundo. Aqui podemos chamar esse plano de Deus, fonte da vida, criação universal, arquiteto do universo.
Pai celestial, o Eterno, inteligência suprema, consciência cósmica, etc. Não importa o nome que dermos. É essencial apenas que realizemos essa entrega a esse plano maior com todo nosso ser… sem qualquer restrição. Falando em termos mais simples: entregue-se plenamente a Deus, com toda a fé que você tenha. Jesus disse que aqueles que possuírem a fé do tamanho de um grão de mostarda serão capazes de dizer ao monte para se transportar daqui ali e ele vai.
A fé é a entrega consciente ao espírito da vida, para que este guie completamente a nosso ser na jornada mundana da existência. Como diz o apóstolo Paulo: “Já não sou eu que vivo, mas o Cristo que vive em mim”. A entrega do nosso ser a Deus é fundamental não apenas para nossa cura, mas para nossa felicidade, nossa liberdade, nossa paz, nosso amor, etc.
Por exemplo, caso você esteja sentindo muita dor, entregue essa dor a Deus; caso sinta algum mal estar ou desconforto, entregue esse mal estar ou desconforto a Deus com fé; caso esteja sentindo-se fraco e debilitado, entregue tudo isso a Deus. Realize a entrega da doença a Deus. O ato de entregar-se é uma postura de total confiança.
Na entrega devemos admitir que não somos nós que controlamos nosso organismo, nem mesmo nossa vida, mas que há sempre um plano maior, um propósito superior e perfeito que tudo cria, tudo dispõe e que coloca tudo em seu devido lugar. A pessoa não deve ficar se perguntando: “Por que tenho essa doença? Por que Deus me faz passar por isso? Por que sofro assim? O que fiz para merecer isso? Foi meu filho que me fez doente. Meu trabalho é um inferno e faz qualquer um adoecer”.
Não… é preciso deixar de lado todo o esforço mental de especulações intelectuais e simplesmente realizar a entrega sincera e pura a Deus. Dessa forma, a gratidão, o amor e a entrega são as chaves espirituais para nossa cura interior.
4 – Algumas pessoas já ouviram falar desse aspecto que vamos descrever agora e de fato ele tem a sua importância. Qualquer pessoa pode conversar com sua doença e lhe transmitir boas vibrações. Quando estivermos emanando amor para o órgão enfermo, a pessoa pode tentar dialogar com sua enfermidade.
Algumas pessoas podem, nesse momento, ter importantes percepções, sensações ou mesmo visões que expliquem o significado daquela doença. Como dissemos, é importante não ficar tentando intelectualizar nada. Se a doença se revelar em seu sentido, ótimo, caso contrário, não fique estimulando isso.
Pode acontecer também de emergir uma forte carga emocional, com choro e outros sentimentos. Tudo isso ajuda a aliviar a energia represada e pode promover uma descarga emocional e o consequente alívio necessário para o início de nossa cura interior.
A técnica descrita acima pode ser realizada diariamente, de preferência antes de dormir. Os sonhos que vêm após a sua realização também podem ser úteis nesse processo. Muitas pessoas já praticaram essa técnica e tiveram sucesso em sua autocura.
No entanto, caso a pessoa não consiga obter nem o alívio e nem a cura da doença física, isso é um sinal de que essa pode ser uma enfermidade kármica mais forte. Isso significa que a pessoa pode precisar de fato vivenciar a patologia para que seu espírito possa se purificar.
Se a cura não vier por esse processo, ela pode ter que vir pela própria doença. Muitas vezes a cura não acontece porque é preciso que a pessoa vivencie as moléstias, para que a própria doença venha a nos curar. Se for esse o caso, não se revolte, não fique com medo, não cultive preocupações.
Tudo isso está ocorrendo de acordo com um plano maior para que a purificação e libertação espiritual possam se tornar uma realidade em seu ser.
Bibliografia
-Hugo Lapa na fôlha internet « Se gostou, diga gostei »