O Progresso.

O progresso em tudo é lei natural no universo.

 

O progresso é lei natural em todos os mundos, em toda a criação de Deus. O Espírito progride pela vontade ou sem ela, por ser uma lei eterna, que escapa à vontade dos homens e mesmo dos Espíritos, incluindo-se os mais elevados nas escalas dos mundos. É de ordem divina que devemos descobrir, sentir e obedecer às leis de Deus, para que possamos viver em paz, na relatividade em que nos encontramos.

O espírita, conhecendo mais que os profitentes de outras filosofias religiosas, deve esforçar-se para mudar seu comportamento, trabalhar nas mudanças de pensamentos e de palavras, para que a sua vida se ajuste na vida do Cristo. O trabalho é árduo, mas se já alcançou algum progresso nesse sentido, foi porque começou. Que se faça o mesmo. Se se tem consciência do progresso, por que querer impedí-lo?

Os mundos superiores esperam por nós, dependendo do nosso progresso, e da nossa conquista em matéria de intimidade. Acender a luz na intimidade é engenhoso, as dificuldades são inúmeras, no entanto, se faz por ser serviço nosso. Quem deseja que todos o admirem, ainda se encontra ligado às trevas da vaidade, do egoísmo e mesmo do orgulho. Devemos pensar que tudo de bom vem de Deus, e devemos fazer a Sua vontade, aliando com Ele a nossa disposição de melhorar, passando, no entanto, para Ele, o que existe de perfeito.

Comunguemos com amor, amando; comunguemos com a fraternidade, sendo fraternos; comunguemos com a caridade, sendo caridosos; comunguemos com o perdão, perdoando; e nessa irradiação de alegria, devemos entregar ao Senhor os efeitos e mesmo as causas, de todos esses valores morais, porque tudo vem de Deus. A nossa restauração, o acordar do sono milenar, os princípios dos entendimentos das leis naturais da vida, dependem do Senhor, mas existe uma pequena parte que é nossa e que devemos fazer com amor.

Tudo o que fazemos para que seja visto pelos homens, ainda não é caridade e, sim, dever; a caridade é aquela que se faz em silêncio, dentro de nós, modificando nossos hábitos e limpando os vícios dos nossos caminhos. Hoje, quase que só se encontra o homem alegre quando possui o ouro com abundância, quando possui os bens terrenos, quando pode diminuir os seus companheiros, ficando na ilusão de que sua posição é a melhor.

Não se sabe, ou se faz de esquecido, que a verdadeira alegria é a melhor. Não sabe, ou se faz de esquecido, que a verdadeira alegria é a do dever cumprido. Quando a alma começa a admirar a si mesma, está se envolvendo nas trevas, achando que é luz; quando ajuda exigindo obediência, estimulando os outros a que falem bem da sua vida que vai mal, não despertou ainda para a vida de amor e de verdadeira fraternidade.

Precisamos conhecer que no universo tudo morre para renascer, com fardos pesados e jugos incômodos, com a finalidade de aprender lições de amor. Se somos cientes dessas verdades, por que não palmilhar esse roteiro? Tudo o que chamamos de mal, Deus está vendo e é consciente de todos os acontecimentos. Não é preciso muita preocupação: basta observar a própria vida, abrir os olhos, enxergando os proprios defeitos e corrigindo-os, que os dos outros já são deles.

Todo prepotente está sendo observado e cairá na escola da dor, a fim de meditar na sua própria vida. O espírita que prega todos os dias o amor, o desprendimento e a caridade, não pode cultivar o orgulho, nem o egoísmo. Só existe um suprimento divino perfeito; é o clima de Deus, se servimos de bons instrumentos da Divindade.

Médiuns existem em quantidade; no entanto, médiuns bons quase não os há, porque muitos se esquecem do trabalho por dentro, e buscam gostar apenas daquele que os aplaudem nos seus ensaios de mediunidade.

Trabalhemos com discrição em toda a parte, tiremos as capas da falsa humildade, da falsa superioridade, do falso saber, de falsa caridade, para nos entregarmos aos princípios do verdadeiro amor, aquele que nos faz sentir Jesus a falar por nós no silêncio da própria vida.

Todas as nações estão destinadas ao crescimento espiritual, e passam por duras provas e expiações dolorosas, mas são todos nossos irmãos em Jesus e filhos de Deus. Ajudemo-los no que estiver ao nosso alcance, que as bençãos de Deus são qual o Sol: atingem a todos, com a amorosa assistência de Jesus, Guia de toda a Terra.

Aquele que tiver condições de orar, que o faça por todos; é nosso dever não deixar ninguém desamparado, e a alegria de Deus passa a ser a alegria dos nossos corações.

 
 


 

Bibliografia

 

(1) Questão tratada no livro « Máximas de Luz » pag. 32, cap.3, 19. Sendo autor espiritual Miramez, atravéz do médium João Nunes Maia.