Jesus redivivo.

2019 anos de crucificações

 

Há dois mil e dezanove anos que me festejais nas lágrimas da dor e do sacrifício. Mais de vinte séculos de tristeza, de amargor e de conspiração silenciosa. Jamais tal vos pedi, tanto mais que a minha existência, naquela época em que situais minha passagem no madeiro e na crucificação, foi para mim, não o sacrifício mas a alegria da libertação na qual o amor ofereceu o unguento da doçura e da harmonia. Não foram lágrimas que me escorreram pelo rosto, mas a energia amorosa de quem vos ama desde tempos infindos e vos situa nas ilhargas da transformação para acederdes a um mundo de elevação em que todas as iniquidades jamais interferirão nos vossos rumos e nos sentimentos de que vos sentis animados. Não vos peço agora, que vos sentis mais esclarecidos, para manterdes a minha cara, todo o meu corpo amarrado ao madeiro libertador. Foi tal a minha determinação, naquelas horas em que me descreveis desanimado, pois jamais duvidei de mim e de meu Pai que me ofereceu a vida eterna, pois lhe falei: “Pai perdoa-lhes, porque não me conhecem, nem sabem o que fazem; são meus irmãos e vossos filhos, que lentamente almejam conhecer-te como a Fonte do Amor”. Sim, saibam que naquele instante em que falei com o Amor Criador, não me senti frustrado, nem algo desanimado. Naquele instante, uma força excelsa me embalsamava, meu corpo não sofria, minha alma se inebriava nas mais doces alegrias, onde meus sentimentos bebiam e se alimentavam, impulsando-me para o advento de uma paz que se ia aproximando. A minha volta vi todos vós, encarnados e desencarnados, assim como meus irmãos das mais altas esferas e todos me ofereciam o amor.  Porque razão queixar-me, qual a necessidade de sofrer, se meu Pai estava comigo e me sustentava, e se todos vós me davam assistência e transmitiam amor?  Não, caríssimos, não chorem, não deixem escorregar vossas lágrimas, já não são necessárias. Mas como, então, agora vos peço, amai-me e eu vos sustentarei e pedirei ao Pai que conheçam o Reino da libertação, da paz, do perdão e do Amor. Para mim a cruz nunca existiu, o madeiro foi apenas o símbolo do sacrifício libertador e todo o resto que os séculos desenvolveram, foi e continua sendo a imensa estrada que continuais a percorrer até que a libertação seja para todos vós a saída do túnel, rumo à emancipação maior.  Amai-vos uns aos outros e eu que vivo a eternidade sempre estarei convosco onde vos sentirdes alegres e confiantes. Nosso Pai espera-nos e jamais hesitarei a conduzir o grande rebanho da família terrestre para lhe prestar homenagem na prática do bem e do amor.  A cruz foi o símbolo do vosso esforço emancipador, o madeiro foi a indicação da marcha a seguir, os espinhos assinalaram os esforços e as dores das iniquidades cometidas, durante o aprendizado libertador. Agora libertem-se do passado derradeiro e vivam a felicidade experimentada na prática do bem, pois sem a excelsa caridade não havereis a salvação. E como falei a Nicodemos continuo dizendo-vos: “A vida continua, nesta eternidade em que estamos inseridos. Tudo passa e a tristeza dá lugar à alegria, como a tempestade passa e volta o tempo ameno e o sol energizante de luz e amor.” Jesus foi a vida e a alegria na sua expressão mais lata e profunda, que é a conceção da vida na eternidade e no seu contínuo e permanente renascer, dando a todos nós, oportunidades múltiplas para nos elevarmos e progredirmos sempre. Daí que pensemos ser a vida um manancial de oportunidades, cujo fim tem por eixo central o aperfeiçoamento e a sublimidade de todas as formas de vida existentes e da vida Humana em especial.

 


 

Autor do texto : Redacção d’Epadis, em 20 de abril de 2019