Ectoplasma.

O ectoplasma é uma substância secretada por todas as pessoas e mais particularmente pelos médiuns. Foi no quadro de experiências métapsiquicas ou de matérialisações que se pôde atestar a realidade desta substância e dos fenômenos diversos aos quais estava ligada. O ectoplasma é uma realidade constatada por um grande numero de analistas e de cientistas ligados as mais diversas areas da ciência. Foi de facto, entre o final do século XIX e o inicio do século XX que se tornou possivel confirmar a realidade desta substância e os fenômenos conhecidos por materialisações (aparições).

As constatações, então, obtidas, deram possibilidade de resposta a um grande numero de questionamentos, até então tidos por milagres, tais as aparições religiosas ou outras, cuja base se encontrava na materialisação realizada pelos Espiritos, com a presença de um ou mais fornecedores de ectoplasma ou seja de médiuns. A fotografia veio confirmar a existência das aparições através da transformação e solidificação do ectoplasma. Possibilitadas pelo ectoplasma, apareceram depois as moldagens, mostrando partes de corpos, objetos, flôres, atestando a realidade e pondo fim à desconfiança e à duvida sobre a sua existência e a dos fenômenos que esta substância tornava possivel para a vista e o tocar do dêdos.

A ectoplasmia espirita foi uma grande aliada na solução dos fenomenos dos « milagres ». Na « Génese », Allan Kardec, descreve assim o fenomeno das aparições : « (…) o Espirito pode, em certos casos, imprimir-lhe, pela força da sua vontade, uma modificação molecular que a torna momentâneamente visivel ».

Mas as desconfianças eram grandes, e aumentaram, em certos meios cientificos, ditos materialistas, pugnando contra a sua realidade. Mas, a verdade, mesmo mal tratada e posta em causa, mantêm a sua marcha em frente acabando por se impôr, foi o que aconteceu com as materialisações e o ectoplasma.

Embora nos dias actuais se fale pouco das materialisações ectoplasmicas, nem por isso estas deixaram de responder ao problema das « aparições » o que não foi pouco. Nem deixaram de constituir meios de tratamento e cura para Espiritos em dificuldade, não so desincarnados como também encarnados

 

Aparições e transfigurações.

 

E evidente que na época de Kardec, os meios de analise et de contrôle não eram os do fim do século XIX, e ainda menos os que são hoje. No entanto tratando de aparições ; transfigurações, diz-nous : « Na medida da condensação do fluido perisprital, a aparição é por vêzes vaga e vaporosa ; outras vêzes encontra-se mais nitidamente definida ; e noutras vêzes aparenta-se à matéria tangivel ; podendo ascender à tangibilidade real, a ponto de nos podemos enganar sôbre a natureza do sêr que esta na nossa frente.

As aparições vaporosas são frequentes, e vastas vêzes ha individuos que se apresentam desta forma, depois da morte, perante as pessoas que afeiçoaram. As aparições tangiveis são mais raras, embora haja bastantes exemplos, perfeitamente autênticos. Se o Espirito deseja dar-se ao conhecimento, dara ao seu envelope todos os sinais exteriores, que eram os seus quando vivo (Livro dos Médiums, cap. 6 e 7). » E Kardec continua :

37. « O perispirito sendo o mesmo em todos os encarnados e os desencarnados, por efeito totalmente idêntico, um Espirito encarnado pode apresentar-se, num dos seus momentos de libertação, sob outra forma que aquela em que o seu corpo se encontra de repouso, sob os seus traços habituais e todos os sinais da sua identidade. Foi este fenomeno, dos quais existem exemplos autentificados, que deram lugar à crença dos homens duplos. »

Charles Richet utilisou en seu tempo o termo de ideoplastia, a qual tinha sido inventada pelo Dr. Durand, em 1860, para designar as materialisações dos Espiritos.

 

Ectoplasma e Historia.

 

Durante muitissimo tempo o septicismo cientifico considerava que os fenomenos das materialisações do ectoplasma nada mais eram senão técnicas ilusionistas que conseguiam abusar os observadores mais qualificados. Assim este ponto de vista foi partilhado por uma grande parte da comunidade cientifica que o aplicava ao conjunto dos fenômenos paranormais.

O tempo passando, à volta do fim do século XX deturparam o sentido do termo ectoplasma para o assimilarem abusivamente a sêres imateriais e utilisaram-no nas obras de ficção e jogos diversos.

Experiências muito sérias foram levadas a cabo pelo Instituto Metapsiquico Internacional, entre os XIX° e XX° séculos, com médiuns como Rudi Schneider, Franeck Kluski, cujas conclusões foram que o ectoplasma é uma « substância materialisada provinda do corpo de um « sujet » e capaz de tomar formas variadas de corpos humanos nas suas totalidades, de objectos ou de animais… Os ectoplasmas foram estudados no dominio da metapsyquica. »

Outros médiuns pelo mundo participaram em experiências sôbre o ectoplasma e as materialisações, por exemplo, Daniel Dunglas Home, Eusapia Palladino, Jean Guzik, Florence Cook, Kate Fox, Eva Carrière, Helen Berry, Madame d’Espérance, e Julio Ribeira, entre outros. Dunglas Home, por exemplo, esteve presente com a rainha Sofia da Holanda e eis o que esta declarou : « Vi-o quatro vêzes… Senti uma mão tocar o meu dêdo ; vi um sino pesado em ouro mover-se de uma a outra pessoa ; vi o meu lenço se afastar so e voltar para mim com um no… » E falando do médium : « E um homem palido, doente, ainda jovem e elegante que não vos lança o olhar com ares fascinantes ou para intimidar. E maravilhoso. Sou feliz em o ter visto ».

Espiritas cientificos, como o doutor Gustave Geley, o professor Richet, o fisico-quimico William Crooks, o doutor Eugène Osty, durante a primeira parte do século XX e ainda outros cientistas não-espiritas, dirigiram tais experiências, entre eles Alexander von Boutlerow professor de quimica na universidade de São Peteresburgo, Alberto von Schernenck-Notzing fisico e psiquiatra pesquisador du paranormal, alemão. O professor W. J. Crawford da universidade de Belfast, O professor Tocquet da Escola Superior de Quimica em Paris, attestam a qualidade das materialisações feitas com os médiuns Guzik et Scheneider.