Com Moisés nasceu o Judaismo estruturado, passando da tradição do povo Judio, estabelecido desde ha séculos no Egito, para uma concepção estabelecida na mensagem mediunica recebida por Moisés, durante o seu retiro no Monte Sinaï, isto é os Dez Mandamentos.
A transformação Moisaica, das tradições convencionais religiosas do Judaismo, levou varios séculos a advir a base que cimentaria as diversas correntes religiosas que se manifestaram ao longo dos séculos e dos milénios em Israel.
Aquando do seu apostolado, Jesus, vai exercer uma nova estruturação nas tradições religiosas Judias, em Jerusalém primeiro e seguidamente em diversas cidades e centros de Israel e ainda do Império Romano.
Mas a nova mensagem expressa por Jesus traz nela não so a refonte das tradições religiosas, mas uma nova visão de Deus e uma postura moral totalmente diferenciada cujo contéudo se exprime atravéz do « Amaras teu proximo como a ti mesmo ».
Este postulado de Jesus, contém a semente de uma revolução socio-cultural e de transformação comportamental do individuo e da sociedade. A presença de Jesus no templo de Jerusalém e a sua « incisiva intervenção relativa ao comércio ai realizado », foi o prenuncio desta mudança radical socio-educativa, da sua mensagem. Como o foi ainda a sua atitude frente ao « obolo da viuva » e à exploração que então se fazia com as questões religiosas.
Se o papel de Moïsés foi por si-mesmo de grande importância para o povo Judaico. Comparativamente o papel de Jesus foi de maior relevância e muito além do seu proprio povo transpondo as fronteiras da propria Judéia para outras regiões do império romano, de então.
A missão de Jesus.
A missão de Jesus propriamente dita durou 3 anos. Iniciou-se aos 30 e acabou aos 33 anos aquando do seu assassinato na cruz, no Monte Calvario, em Jerusalém na antiga Galileia.
Jesus não organizou nem construiu uma igreja à sua volta. Esta resulta da actividade dos seus apostolos nos séculos seguintes, atravéz da formação das « casas do caminho » e dos primeiros nucleos de cristãos atravéz do império romano.
Mas se as diversas correntes das tradições religiosas dos Israelitas levaram décadas e séculos a se enraizarem, o veiculo transmissor das ideias de Jesus marcou velozmente o seu tempo, transpondo-se nos séculos seguintes para o resto do mundo, particularmente para o mundo do ocidente antigo e para o ocidente moderno atravéz das descobertas maritimas que se sucederam a Idade-Média.
A moral de Jesus, embora tome raiz historicamente nos ensinos biblicos, que o antecederam, era portadora de um cariz totalmente diferente dos até ali existentes. A alta moral da mensagem de Jesus constituia uma ruptura com o passado e ligava-se ao futuro do homem e da sociedade. Eram o prenuncio de um homem novo numa nova civilização.
O movimento, que se constituiu à sua volta primeiro e se expandiu depois da sua desencarnação era marcado pela humildade, pela mensagem médiunica da verdade, pela procura e a sede em viver fraternalmente. De inicio nas catacumbas e com tempo no conjunto da sociedade.
Foram cerca de três séculos de expansão de pureza dos seus ensinos e exemplos, atravéz dos quais os que o seguiram praticavam o bem, ensinavam e transmitiam seus ensinos.
A segunda fase do movimento cristão.
A evolução primeiro, depois a cisão do império romano e seguidamente a sua derrocada, marcaram profundamente o movimento de renovação iniciado por Jesus. O império perseguiu os cristãos enquanto hérejes e inimigos, das idéias veiculadas na época e dai do proprio poder imperial. As perseguições aos adeptos de Jesus foram de grande violência. Houve uma perseguição popular, particularmente depois do incêndio de Roma, ano 64-dc., pelo imperador Nero, atribuido aos cristãos. Estas diversas perseguições levadas a cabo pelo estado imperial, manteram-se até ao século IV.
So em 313 com o imperador Constantino e o Edito de Milão é que foi posto fim à perseguição imperial, mas a esta continuou no exterior do império até 518 dc. Malgrado a situação repressiva e hostil, o desenvolvimento e a propagação dos ensinos de Jesus conquistaram inumeras adesões em todas as regiões do império. Os nucleos cristãos estabeleceram-se no médio-oriente e no ocidente, nas cidades à volta do méditerrâneo, em Cartago, estendendo-se até à Galia, a Espânia e a Lusitânia. Por parte elas acompanhavam a expansão territorial do império romano e a sua dominação. Mais dificilmente foi o estabelecimento e a implantação do politeismo imperial, nas regiões da Galia (França antiga), pois entre a maioria Celta, (um dos povos da região) predominava o Druidismo.
São Martinho, grande interventor e missionario cristão, eleito por estes, bispo na cidade de Tours, no século IV° (dc) fala nas suas resenhas, da dificuldade de implantação do Cristianismo, junto deste povo praticante por parte do Druidismo e por outra parte do politeismo.
Mas a admissão do Cristianismo e sua declaração de religião unica no império romano, trouxe consequências e agravos, que levaram à sua cisão entre cristãos do oriente e cristãos do ocidente, (o grande cisma) seguindo a linha de divisão do império unico de Roma em dois blocos, um com sede em Constantina e o outro em Roma.
Esta situação foi meia-noite no movimento cristão, coincidente com o fim da pureza inicial dos ensinos de Jesus. Diversas interpretações passaram a ter assento e o tempo passando cavou-se um fosso sécular entre as duas principais correntes que deram lugar a muitos outros ramos religiosos.
No século VII, aparece uma outra interpretação, o islamismo ou maometismo, algo adaptada aos povos do médio oriente, que se expandiu para oriente e para o Note de Africa e o sul da Europa. Maomé foi seu fundador.
Nos séculos seguintes, deu-se a reconquista contra os Arabes e a religião musulmana. Séculos de guerras e de grande violência, entre cristãos e musulmanos. Em que tiveram lugar as grandes cruzadas do ocidente para o oriente, primeiro para a reconquista de Jerusalém e depois da Ibérica (diversos reinos de Espanha e Portugal).
As consequências foram dramaticas e levaram a guerra ao proprio seio do Catolicismo, ramo cristão mais empenhado na reconquista contra o Islão. Esta situação obscurantista, materialista e afastada dos principios do cristianismo inicial, foi muitissimo dolorosa, para os cristãos e particularmente para os Câtaros, cristãos do sul da França e parte norte da Italia, à volta de 1209.
Dai a declaração da Santa Inquisição, em 1233, pelo papa Gregorio IX°, reprimindo todas as heresias, no seio do catolicismo. Imensa chacina com centenas de pessoas queimadas. O proprio papa Inocêncio III, foi em pessoa combater no sul da França.
Um periodo de grande assombreamento, sofrimentos sem conta, pavores continuos, transformaram o cristianismo-catolico num mundo de guerra, totalmente afastado dos principios iniciais do movimento, cujo lema eram o Perdão e Amor, com suas declinações : Bondade e Caridade.